Sou mulher.
E tem dias que eu quero me sentir como tal.
Passar batom vermelho, arrumar o cabelo e botar a melhor
roupa.
Tem dias que eu quero me encher de perfume, daquele mais
doce só para emanar alegria pela casa. Vindo de mim, para as pessoas ao meu
redor.
Nasci menina. Virei mulher. E as vezes, quase sempre, essa
mulher se esconde.
Se esconde atrás de um coque bagunçado, da pressa do
cotidiano.
Se esconde atrás de roupas desfiadas, de camisas compridas,
confortáveis.
Se esconde atrás da vontade de dançar, de gritar, de chorar,
de sensualizar...
E quando essa mulher se encontra?
Todo santo dia, quando se olha no espelho.
Ela está lá.
Quando tira cada peça de roupa, quando solta os cabelos,
quando se analisa, se ama, se odeia...
Ela está lá, debaixo d’agua respirando fundo, dando graças
pela força que tem.
Ela se encontra toda vez que se vê mulher. Que sabe o poder
que tem. Nem sempre tão bem arrumada, mas sempre cheia de vontades.
Nem sempre de bom humor, mas por dentro sorri.
Mulher tem disso... mulher é maravilha. Não tente desvendar
esse mistério delicioso. Capaz de se perder nessa formosa confusão.
Taís
Guedes